PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1980
Czeslaw Milosz (Seteiniai, 1911 – Cracóvia, 2004) é considerado um dos maiores poetas de sempre e um dos mais influentes intelectuais europeus do século XX. Nascido na Lituânia ainda sob o império do Czar da Rússia, muda-se com a família para Vilna, na Polónia. Encontra-se em Varsóvia durante a ocupação nazi da cidade, em 1939, publicando a sua poesia em círculos literários clandestinos. Sobrevive à Segunda Guerra Mundial, testemunhando a devastação da cidade e do seu país. Em 1951, dissidente do novo regime comunista polaco, obtém exílio político em Paris. Remonta a este período a publicação de dois dos mais notáveis e influentes volumes de ensaios da sua vasta obra: A Mente Aprisonada (Ed. Cavalo de Ferro, 2018) e Native Realm.
Escrita por Milosz durante o seu exílio em Paris e publicada em 1953, A Mente Aprisionada é uma obra fundamental e um clássico no estudo do totalitarismo.
Através de pequenas narrativas biográficas de intelectuais polacos e sua relação com o regime comunista em vigor, Milosz descreve o completo domínio social que este exerceu à época, ao subjugar o espírito e as ideias por meio da transmissão orgânica de um pensamento único. Milosz ilumina e resume essa Visão do Mundo e a obediência ao seu Método sedutor e persuasivo num conjunto de textos inovadores, à época polémicos, que anteciparam dissidências e denúncias do estalinismo.
O estilo narrativo único, incisivo e sardónico, erudito e eloquente, que conjuga reflexão filosófica e política com descrição biográfica quase ficcional, faz de A Mente Aprisionada uma obra única e incontornável da literatura ensaística, e um dos livros mais influentes e inspiradores alguma vez escritos sobre o tema.
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